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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Odontologia Equina


Vou abordar hoje, um tema que poucos conhecem a importância, a dentição dos cavalos.
 Tão importante quanto os cascos, a estrutura dental tem suma importância na saúde e no desempenho dos animais.
 Faço questão ainda de ressaltar a importância da visita de um profissional especializado, para avaliar e tomar as medidas necessárias de prevenção, contenção e assepsia sempre que necessário.
Vamos lá, vou explicar de modo bem simples como é constituída e substituída a dentição dos cavalos, vejamos:
Um equino adulto tem de 36 a 44 dentes, sendo eles, 12 incisivos (6 superiores e 6 inferiores), 12 molares (6 superiores e 6 inferiores), 16 pré-molares (6 superiores, 6 inferiores e 4 dentes de lobo considerados como o primeiro pré-molar, em muitos animais ocorre a extração deste dente, pois atrapalha em sua montaria e em outros ele cai em sua troca de dentes), 4 caninos (geralmente, ausente na fêmea); e o potro tem 24 dentes sendo macho ou fêmea, 12 incisivos e 12 molares, todos caducos

Troca de dentes:

1. Segundo pré-molar - 2,7 anos
2. Terceiro pré-molar - 3 anos
3. Quarto pré-molar - 3.8 anos
4. Primeiro incisivo - 2.5 anos
5. Segundo incisivo - 3.5 anos
6. Terceiro incisivo - 4.5 anos


Abaixo podemos visualizar a disposição dos dentes nos equinos:










 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

O Mormo

Hoje vou abordar um tema que voltou a assustar criadores, competidores e amantes dos esportes equestres, o Mormo.
 Muitos ainda tem dúvida sobre essa patologia verdadeiramente perigosa e contagiosa. O fato é que o Mormo tem assombrado todos que tem relação com o mundo dos cavalos, seja por medo de contágio, pelo isolamento em Avaré, Arandu e Tatuí onde ocorreram Interdições ou pela falta de informações dos orgão responsáveis pela saúde animal das respectivas regiões. Só em Avaré foram cerca de 1600 animais da raça Quarto de Milha bloqueados no recinto de exposições da cidade. Muitos proprietários se sentem prejudicados, devido às más acomodações dadas aos animais, estes por sua vez, animais de competição e exposição, muitos avaliados em mais de R$ 500.000,00;
Os animais com suspeita serão submetidos a quarentena para aguar o resultado negativo para a suspeita de mormo.
 Mas diante de tudo que tem sido noticiado vamos entender um pouco mais sobre essa doença tão perigosa e letal;

Por. Dr. Ciro Pinheiro Mathias Franco, Medico Veterinário.

 Afinal  o que é  MORMO?
  Em algumas regiões o mormo é conhecido como ” lamparão”, “farcinose”,” mal de mormo”, “catarro de burro” entre outras nomenclaturas populares.  . 
 
Bacilo do Mormo



O mormo é uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria, que acomete principalmente os equídeos, podendo também acometer o HOMEM, os carnívoros e eventualmente os pequenos ruminantes.


 O agente etiológico é a Burkholderia mallei, bacilo gram-negativo.
        No passado, o mormo ocorria em todo o mundo devido a grande utilização dos equídeos, com o passar do tempo a  utilização desses foi diminuindo e os procedimentos para combater as doenças foram sendo desenvolvidos diminuindo assim a incidência em todo o mundo.
        A doença foi descrita pela primeira vez no Brasil em 1.811, introduzida, provavelmente por animais infectados importados da Europa; (PIMENTEL, 1938).

     Como meu cavalo pode se contaminar?
     A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer pelas vias aéreas, genital e cutânea.
     A disseminação do  mormo no ambiente ocorre pelos alimentos, bebedouros, cochos, embocaduras e raramente utensílio de montaria.
      A principal forma de excreção da Burkholderia mallei do organismo é pela via nasal e oral devido ao rompimento de lesões pulmonares  causadas pela doença.

     Quais os sintomas do cavalo com MORMO?   
São três formas mais frequente:
Cutânea, linfática, respiratória,  o mesmo animal pode apresentar as três formas:
Os sinais clínicos mais frequentes são:   

Febre, emagrecimento, tosse, corrimento nasal e lesões na pele no inicio nodulares e evoluem para ulceras e apos cicatrização formam lesões em formato de estrela.
 



O aparecimento das lesões na pele é característica da fase crônica da doença. O diagnostico definitivo da doença é concluído por exame laboratorial, pois os sinais clínicos são parecidos com o de outras doenças

     Quais implicações que podem ocorrer no aparecimento de um caso de MORMO?
    O mormo é uma doença infectocontagiosa que acomete principalmente os equídeos, podendo também acometer, carnívoros, eventualmente  pequenos ruminantes o e  HOMEM, sendo assim é uma zoonose.
    É uma doença de notificação obrigatória, normalmente quando ocorre aparecimento de um caso são tomadas medidas de controle do transito animal por tempo indeterminado.
     Como prevenir que meu cavalo se contamine com a doença  ?  
      Infelizmente não existem tratamentos nem vacinas eficazes contra o mormo.
      A prevenção e controle da doença  baseia-se na interdição de propriedades com focos comprovados, sacrifício dos animais comprovados por testes positivos  oficiais por profissional da Defesa Sanitária Oficial.
      Participar apenas de eventos equestres que obriguem o exame negativo de mormo, no prazo de validade correto em regiões e em situações de risco da doença. Além de obedecer às regras impostas pelas autoridades sanitárias destas regiões.   



 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O Quarto de Milha

Hoje vou retomar o assunto sobre pelagens equinas, mas  vou citar o Quarto de Milha como exemplo.
 A raça é hoje muldialmente famosa por sua adaptalidade e funcionalidade. Seja em provas de baliza, três tambores, velocidade,  hipismo rural, enduro ou apenas para sela.
Nome em inglês: Quarter Horse Origem: Séculos XVIII - XIX - Estados Unidos Temperamento: Linfático (warnblood) Pelagem: As básicas. Uso: Sela, lida, corridas e hipismo rural Influências: Produto de cruza do Mustang com o PSI, descende do Andaluz também, ou seja, possui sangue Berbere e Árabe em todas as suas origens. Altura: entre 1,50 e 1,60 m
O quarto de milha é o primeiro de todos os cavalos americanos de raça, é tido como "o mais popular do mundo". Mais de três milhões estão registrados na American Quarter Horse Association, fundada em Fort Worth em 1941. Usualmente é harmoniosamente troncudo, mesmo quando especializado em corridas. A cabeça é ampla com orelhas pequenas e focinho estreito e ganachas bastante largas. Não é recomendável que tenha a cernelha proeminente. Sua grande característica é a potência dos quartos traseiros, com glúteos fortemente desenvolvidos sobre a garupa. Esta raça foi desenvolvida pelos norte-americanos para a lida nos tempos da colonização e que se tornou excelente carreirista para distâncias curtas além da inteligência e destreza para provas funcionais. A origem do seu nome - Quarto de Milha - vem do fato dos vaqueiros, no término do seu trabalho, iam divertir-se sempre nas pequenas cidades e organizavam corridas de cavalo pelas ruas principais, que, naquele tempo, tinham em média dois quarteirões, isto é, uns 400 m  próprios para uma violenta explosão de velocidade, mas por pouca duração,sendo adequada ou para as corridas curtas ou para a agilidade e equilíbrio demonstrados em provas de balizas e tambores.




 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Curiosidades do Mundo "Equino"



Boa tarde povão do cavalo...
Aqui não falamos apenas de treinamento, saúde mas também de entretenimento e curiosidades sobre os cavalos e as invenções de seus donos...
Abaixo uma criativa maneira de chamar a atenção ou mesmo prevenir uma pessoa um pouco mais distraída sobre um possível incidente com um cavalo desconhecido. E aí, será que vão aparecer muitos adeptos???


A importância de uma boa cama para o cavalo

Espaço adequado para melhor descanso influencia diretamente na saúde

Alguns criadores duvidam da importância de dedicar cuidados ao tipo de superfície à qual o seu animal é submetido nas baias e estábulos. É uma postura errônea e que pode prejudicar e muito a vida do equino. "Cavalos se deitam para descansar e, às vezes, até por várias horas", lembra Silvio Piotto, médico veterinário do Hospital de Jockey, de São Paulo. "Portanto, as camas se tornaram um elemento tão fundamental quanto à própria alimentação, exigindo, assim, atenção e cuidado diários", diz ele.
A modernidade trouxe ao cavalo algumas mudanças de hábitos no seu cotidiano, entre elas, a permanência por horas em baias. Animais de esporte profissional, por exemplo, passam praticamente o dia todo fechados em estábulos.
Uma cama suja ou mal cuidada pode facilitar o aparecimento de doenças e danos aos cascos, além de problemas respiratórios, pela forte presença de amônia, (composto presente na urina) principalmente quando a urina não é bem drenada ou limpa. "Para se ter uma boa cama, independente do material usado, o segredo é a limpeza, conservação e reposição. O custo deve ser levado em conta, assim como a capacidade dos fornecedores de manterem uma entrega regular", lembra o veterinário.
Esses males também podem ter origem em camas de capim, feno ou palhas em geral, que carregam partículas. A maravalha limpa, sem cheiro de amônia e regada com água duas vezes ao dia, para conter a poeira, é a melhor alternativa para animais com esse tipo de doença.
Muitas vezes, a ansiedade leva o animal a querer comer qualquer que seja o tipo de cama em que ele viva. Esse é um vício comum, uma vez que, na natureza, os equinos passam o dia se alimentado nos pastos, enquanto, no estábulo, recebem rações em quantidades menores, de duas a três vezes por dia. Para evitar esse tipo de problema, Piotto explica que o melhor a fazer é distribuir a alimentação do animal muitas vezes por dia, a alimentação, colocar um saco de corda com feno para que o cavalo distraia-se "beliscando" aos poucos. Caso nenhuma dessas ações resolva o problema, a solução pode ser o uso de focinheira ou pescoceira.

Os tipos
Há uma quantidade enorme de materiais que são usados como cama em estábulos, de diferentes custos e disponibilidade de material, dependendo da região do criador. A escolha, no entanto, não deve ser baseada na atividade que o animal desenvolve, mas sim nas vantagens para filosofia de trabalho do local, a disponibilidade regional, os custos e a qualidade.
Os materiais mais comuns são: areia, serragem, pavimentos sintéticos, preparado de serragem, a própria serragem, bagaço de cana, palha de arroz, jornal, cânhamo e maravalha. Leia, a seguir, algumas das características de cada um deles:

Areia
Pode ser comparada pela facilidade de uso com a serragem, pois, pode ser lavada e reutilizada. Além de preservar de forma saudável o casco dos cavalos, também não produz tanta amônia. É muito usada no Nordeste, mas, nem sempre, é a mais recomendada, uma vez que, em várias regiões, sua origem sejam os bancos de areia naturais. "Porém em alguns lugares é o único meio eficiente de se fazer uma cama para cavalos", diz Piotto.

Serragem
Acompanhada de outros tipos, é um dos materiais mais usados nas baias de jockeys e hípicas. Sua base é a madeira, geralmente branca e de reflorestamento, como o Pinus e seu uso já tornou-se comum, pois, exerce papel de cama com qualidade. De fácil limpeza, conservação e reposição, traz as desvantagens de ter poucos fornecedores em algumas regiões. Isso porque o material vem das serrarias e depende da produção dessas indústrias. Outro ponto negativo, segundo o veterinário, é o preço do produto, que tem aumentado a cada ano.





Preparado de serragem

Esse compactado de serragem está à venda no mercado agrícola em pequenos fardos. O formato em que é embalado é vantajoso, tornando o armazenamento mais econômico. Quando aberto, se torna um material de qualidade aproximada ao da serragem. Seu uso, no entanto, ainda não é tão difundido, por conta dos custos, principalmente se comparado aos gastos com a serragem a granel.







Pavimentos sintéticos

Muito comum nos Estados Unidos, principalmente nos regimentos de polícia montada, na forma de placas de borracha, esse é um tipo de material que só há pouco tempo está presente nos estábulos brasileiros. Pavimentos resistentes têm pouca necessidade de reposição e possuem a vantagem de serem fáceis de limpar. Porém, acumula umidade, o que causa problemas aos cascos, como dermatites de contato. Por conta disso, muitos criadores optam por colocar serragem ou outro tipo de material por cima do piso. Na opinião de Silvio Piotto, o melhor a fazer é usar a serragem direta no cimento, exceto em internamentos nos hospitais veterinários e na utilização por militares.




Bagaço de cana
Não é muito usada entre as hípicas e haras de grande porte e possui uma vantagem e uma desvantagem. O ponto positivo é que seu custo é baixo em comparação a outros materiais. Em contrapartida, sua conservação é difícil, principalmente no que se diz respeito à limpeza e à eliminação dos restos, precisando muitas vezes ser usada na compostagem da própria hípica.




Palha de arroz ou trigo
Para Silvio Piotto, a palha tem as mesmas características do bagaço de cana, com a vantagem de ser mais de fácil de limpar.










 

Cânhamo

É uma erva da família das Moráceas, frequentemente cultivada por ser uma importante fonte de fibras têxteis resistentes. Base para a fabricação de cordões e tecidos grossos, o uso do cânhamo como cama em alguns estábulos, porém, não é muito comum.








Maravalha

O seu uso já é disseminado entre as hípicas e jockeys. Assim como a serragem, são raspas de madeira e seus custos e facilidades são similares. Traz ainda como principal vantagem a fácil manutenção, não requerendo um tratador muito experiente. Sua má utilização, no entanto, causa desperdício, tornando seu uso mais caro.






segunda-feira, 8 de abril de 2013

Amor Incondicional!!!!






25 coisas que não me avisaram antes de começar no hipismo por Juliana Ribas.


Quando comecei a montar, há mais de 20 anos, não me avisaram que:
1 – Me apaixonaria loucamente por um equino.
2 – Eu deixaria de ir em festas para dormir mais cedo e acordar bem para as competições.
3 – Viajaria para várias cidades no Brasil, porém só conheceria as hípicas e hotéis.
4 – Passaria a maior parte do final de semana na hípica.
5 - Quando me reunisse com os amigos da hípica, o assunto seria somente cavalo.
6 – Acharia um sapato de R$ 400,00 muito caro, mas acharia uma pechincha esse mesmo preço em uma bota de montaria.
7 –  Não saberia quanto custa uma pizza, mas saberia o valor do kg da ração de equinos.
8 – Meu bronzeado seria estilo hípica, com a marca da camiseta.
9 – A cenoura seria o vegetal mais comprado por mim.
10 – Iria ver mais o tratador do meu cavalo que meus parentes.
11 – Eu deveria ser durona como um cowboy e ao mesmo tempo graciosa como bailarina.
12 – Eu iria me preocupar mais em prevenir a cólica do meu cavalo do que a minha própria.
13 – Apesar de todo o amor que sinto por um cavalo, seria capaz de me  desfazer de alguns para poder evoluir no esporte.
14 – Os enfeites da minha casa teriam quatro patas.
15 – Eu ficaria indignada de ter que assistir futebol na TV e não hipismo.
16 - Minhas mãos teriam bolhas e calos.
17 - Eu poderia não ter o número de telefone do meu médico na agenda, mas saberia de cor o do veterinário do meu cavalo.
18 – Aprenderia a perder mais do que ganhar.
19 –  Antes de programar uma viagem de férias eu checaria o calendário hípico.
20 – Quando as pessoas descobrissem que sou uma amazona, contariam uma história da fazenda em que o cavalo disparou.
21 – Em todas as cidade que visitaria durante minhas férias eu procuraria lojas de materiais de hipismo.
22 – Teria mais fotografias das competições hípicas do que da minha infância.
23 – Explicaria mil vezes que hípica e jóquei são lugares diferentes.
24 – Teria a resposta do “eu ou o cavalo” na ponta da língua para os namorados incompreensíveis.
25 – Eu iria dividir essa minha paixão pelo hipismo com todos em um blog.


kid_horse


























segunda-feira, 25 de março de 2013

Morfologia: A chave da funcionalidade - ABCCMM



Muitas vezes, aos olhos do criador iniciante ou do proprietário de um cavalo, as chamadas provas de Morfologia, (quando o cavalo é puxado a passo, parado e na marcha, para análise dos Juízes de Pista), tratam apenas de qualificar o cavalo do ponto de vista da sua beleza aparente.

Os que já têm um pouco mais de tempo na atividade já conseguem entender que os Juízes de morfologia, qualificadores do exemplar no “Stud Book” da raça, quando observam e julgam um animal, falam de outro tipo de beleza, a chamada conformação zootécnica. Essa é focada essencialmente na funcionalidade decorrente de aprumos, linhas, ângulos, estrutura óssea, muscular – sempre analisadas do ponto de vista do padrão racial.

Entender para que servem esses julgamentos pode ser útil para o criador iniciante não perder tempo e recursos em investimentos equivocados, e para o proprietário de um animal de lazer, de sela, para si ou para a família, é fundamental na avaliação do animal a ser adquirido, por sua relação com o conforto para o cavaleiro e regularidade do andamento.

Ao analisar um equino seria bom se pudéssemos imaginar que os vemos com uma visão de raios-X, capaz de observar por baixo da pele dele, seus músculos e ossos, suas articulações e alavancas, nos ensina o árbitro nacional da ABCCMM, José Ferraz. Aliás, este artigo é baseado no conteúdo do Curso de Marcha ministrado por ele, que ajudou a produzir do DVD sobre padrão racial do cavalo Manga-larga Marchador. As imagens tiveram sua divulgação autorizada pela Associação em 2010.

Ao observarmos as linhas de aprumos, traçamos imaginariamente uma primeira linha que nasce da articulação da ponta da espádua e morre 10 cm a frente da pinça do casco.

Uma segunda linha nasce no centro da estrutura da espádua e morre “cortando o caso” no centro. A terceira linha parte do centro da articulação úmero-radial (ponta do codilho) e desce morrendo atrás do talão do casco.
Quando olhamos o cavalo de  lado e estas linhas não estão nos locais definidos, e temos a visão da mão “atrasada” para dentro da massa corporal, o cavalo é chamado de “sobre-si”. Quando as mãos estão adiantadas quando em repouso, o cavalo está acampado. Os dois defeitos tem relação direta com o resultado da marcha do animal. Essas características são genéticas e é grande a probabilidade delas serem transmitidas para a cria.
 Um animal com estas características pode inclusive marchar bem, por compensações que ele desenvolve, mas não é recomendável sua utilização para fins de reprodução.

Diferentes fatores concorrem para o resultado da qualidade da marcha apresentada pelo animal. A morfologia em primeiro lugar, os tipos de embocaduras utilizadas porque elas alteram a colocação da cabeça e a flexão da musculatura da nuca e pescoço, o nível de equitação do cavaleiro, a alimentação desde os primeiros anos e o comportamento do animal.

Os aspectos decorrentes da morfologia são fundamentais porque eles têm relação direta com o apoio e equilíbrio do animal em movimento. Falamos do contato casco-solo e da sua manutenção total ou parcial.

Ao tratar de apoio podemos resumir, grosso modo, que existem dois tipos com as suas gradações. O apoio pode ser diagonal, quando bípedes diagonais tocam o solo ao mesmo tempo. É uma posição natural no andamento dos equinos e dá a eles equilíbrio no movimento.

O outro tipo é o apoio lateral (posição de desequilíbrio) quando bípedes laterais tocam o solo do mesmo lado ao mesmo tempo. Do ponto de vista de desempenho devem-se evitar animais com apoio lateral pronunciado.

O chamado tríplice apoio ocorre no andamento marchado quando um casco está suspenso e três tocam o solo.

Os andamentos a passo e marcha são os únicos em que ocorrem oito possibilidades de apoio alternadamente.

Justamente a distribuição do tempo de apoio e a quantidade de tempo em cada apoio determina a diferença de um tipo de andamento para outro. O tempo em que o cavalo em movimento permanece em cada uma das possibilidades de apoio dá o chamado diagrama do andamento.

Voltando à importância da morfologia para avaliar a funcionalidade do animal, a posição do conjunto de frente define o tipo de andamento e tempo de apoio.

A qualidade da movimentação dos membros depende das alavancas e articulações

O movimento marchado pode ser “fotografado” em três fases:

Elevação (flexão) – extensão (apoio) e avanço (projeção ou voo).

É importante observar na extensão se o cavalo bate primeiro a pinça – amortecendo o impacto sobre a quartela e na sequência ele parte para nova alavanca. (Isso define a qualidade do gesto de marcha, seu rendimento e está subordinada a conformação, angulações, apoios, compensações). A boa angulação de espádua e sua articulação com o braço amortecem o impacto sobre as quartelas.

E é objeto da análise para classificar os diferentes tipos de andamento.

Quando a distribuição do tempo na passada completa é harmonizada entre os quatro membros, identificamos o avanço diagonalizado (marcha batida) ou lateralizado (marcha picada) Os avanços da marcha e a passo são sempre diagonalizados.

No avanço diagonal característico pode acontecer o apoio simultâneo, isto é, quando o cavalo tira ao mesmo tempo dois membros (anterior direito X posterior esquerdo). Isso gera um único som. O cavalo marchador se diferencia neste ponto. Não ocorre o sincronismo exato e ele tira uma das mãos antes do pé. Ocorre a dissociação que é o oposto do simultâneo mencionado anteriormente. Os dois membros tocam o solo em momentos distintos, gerando dois sons. É no andamento marchado que atua a dissociação, quase imperceptível ao olho nu menos treinado, mas claramente identifico por um ouvido atento que capta os sons dos cascos em contato mais constante com o solo.

Por causa da dissociação o tríplice apoio ocorre proporcionando maior conforto ao cavaleiro. Nos cavalos manga-larga marchador, os andamentos tendem do andadura (totalmente lateralizado) que é um adamento balançante e desclassificatório em provas de marcha seguindo em direção aos lateralizados para tríplice apoio (marcha picada- em provas específicas) passando por uma marcha de centro (cavalo tem um tempo maior no apoio lateral do que no diagonal) evoluindo para o tríplice apoio mais tempo diagonalizado que é a marcha batida

O diagonal simultâneo caracteriza o que se chama de andamento saltado ou trote que levam o nome de andamento saltado porque ocorrem momentos de suspensão total do eixo corpóreo do cavalo.

Assim resumindo, e até porque o cavalo marchador é antes de tudo um cavalo, são naturais o passo, a marcha (batida ou picada), a andadura tidos como andamentos marchados e os andamentos saltados, o trote e o galope.
O passo é o andamento simétrico a baixa velocidade com apoio alternado dípedes laterais e diagonais intercalado pelo tríplice apoio. Pela baixa velocidade identificamos esses intervalos a olho nu, dos quatro tempos = 4 sons dissociados. Reforço que é a dissociação que permite a ocorrência do tríplice apoio e do lateral.  Por isso nas provas de morfologia os árbitros solicitam que os cavalos sejam puxados a passo, momento em que se avalia a simetria do andamento marchado, equilíbrio, qualidade dos aprumos.

Quais são então as características ideais avaliadas?

-A regularidade,

-A elasticidade do movimento,

-A ocorrência da sobre pegada (quando o posterior cobre a pegada do anterior)

-O equilíbrio,

- O avanço diagonal com maior tempo,

-A suave báscula do pescoço

-A flexibilidade das articulações (anterior fazendo semicírculo)

Esses indicadores quando bem definidos a passo e puxado se manifestam com toda sua funcionalidade quando o cavalo montado é colocado na velocidade de marcha, quando em maior velocidade diminui a dissociação.

A marcha então é simétrica, (pode-se fazer um perfeito diagrama do avanço completo dos quatro membros), com a alternância de bípedes diagonais e laterais, intercalado com tríplice apoio. Quando montados, na prova de marcha são avaliados também o gesto de marcha, a comodidade e o comportamento, estilo, rendimento, a regularidade, passadas amplas e elásticas, ação firme do posterior engajado empurrando a massa, a cabeça bem colocada.

A seguir, a título de ilustração, algumas das principais características morfológicas do Manga-larga Marchador:

Cabeça Triangular e Perfil Retilíneo - Olh  os projetados e lateralizados

Pescoço Piramidal - Cernelha pronunciada


Espádua com boa amplitude e angulação - Braço bem definido e angulado
Linha de Dorso reta


Garupa Plana -  Jarretes descarnados
Ossos fortes e bem articulados



Fonte:José Luiz Jorge
José Luiz Jorge é horseman, Instrutor filiado ao CHA- Nivel 4, proprietário do Rancho São Miguel e autor do Livro Conversando sobre Cavalos.

Raças Equinas


 É sem dúvida, difícil escolher dentre as tantas raças que existem, cada uma com as suas peculiaridades, seus encantos e belezas. Mas vale ressaltar que cada cavalo, cada raça tem o seu diferencial, seu talento. Seja para velocidade, tração, sela ou simplesmente para fazer parte de nossas vidas como amigo.
 Hoje vou falar de uma raça que particularmente gosto muito, e que me impressiona e encanta dia após dia, não somente pela beleza, mas pela docilidade, nobreza e funcionalidade que tem: o Crioulo. 



 O Crioulo descende diretamente do Bérbere e do Andaluz que foram introduzidos na parte sul do continente americano pelo aventureiro espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca nos primeiro anos após o descobrimento.
 Os animais espalharam-se e começaram a procriar livremente formando grandes plantéis e trazendo essa nova linhagem para o pampa argentino. Apesar de ser um cavalo nativo da Republica Argentina, o Crioulo pode ser encontrado sobre formas ligeiramente diferentes e uma grande variedade de nomes, em todo o continente Sul Americano. No Brasil, por exemplo, é o ‘Crioulo Brasileiro’.  
 O Crioulo destaca-se hoje como um dos mais funcionais cavalos, participando de diversas provas no Brasil e no exterior.

Encilhas

Selas e Estribos

 
As primeiras selas serviram de modelo para as contemporâneas, foram feitas nos primeiros anos da era cristã por uma tribo nómada da zona do mar negro e eram feitas com armação de madeira. Agora são utilizadas tiras de madeira, mais são reforçadas com placas de metal ou então são substituídas por plástico.
 Podem ser utilizadas para quase todos os fins (Passeio, Aulas de Equitação, e Esportes Equestres no geral). Para o seu fabrico é utilizado o coro de porco e tiras de metal que estão ao comprido sobre a armação de modo a dar mais elasticidade.


 

Sela de utilidade geral (inglesa ou húngara):
Podem ser utilizadas para todos os fins (salto, corridas Cross country, caça, aulas de equitação etc.). Para o seu fabrico é utilizado o coro de porco e tiras de metal que estão ao comprido sobre a armação de modo a dar mais elasticidade.


 
Selas Western:
São selas que foram levadas para a América pelos espanhóis e que lá foram adaptadas às necessidades dos cowboys. Estas selas pesam o dobro das inglesas, mas pode ajustar-se a quase todos os cavalos sem risco de magoá-lo, são confortáveis para percursos longos e tem espaço para todos os objetos que os vaqueiros costumam trazer consigo.

Selas especiais:
São selas que são feitas com fim específico. Há selas para os saltos, que são cortadas rentes na parte dianteira e mais leves; selas para adestramento, que tem um corte no suadouro, permitindo alongar a correia dupla do estribo. Existem ainda selas para aulas, para percursos longos, para shows e para corridas (pesam cerca de 450gr).


 

Como escolher a melhor sela:
Utilização: Lazer, trabalho ou desporto?
Uma sela para passeio pode ser mais simples e leve, enquanto aos adeptos de romarias e desfiles preferem modelos mais ornamentados.
Tipo racial e conformação do cavalo:
As medidas da sela precisam corresponder à anatomia do animal. Selas grandes ou pequenas demais causam machucados e até inutilização do cavalo, além de provocarem nele atitude rebelde, podendo fazê-lo empinar ou corcovear.
Altura e medidas do cavaleiro:
Os bons fabricantes oferecem medidas de selas adequadas para crianças e adultos; também há variações de acordo com o peso e as medidas do usuário. Conforto e segurança são essenciais para poder cavalgar com segurança. oas Selas:
"Seus suadouros se apoiam uniformemente na musculatura dorsal do cavalo; Os estribos são fixados numa posição que possibilita a boa colocação de perna do cavaleiro, na vertical como se ele estivesse de pé com as pernas ligeiramente flexionadas; Tem os loros feitos de uma tira de couro forte e inteiriça, sem ser emendada por costuras; É feita de couro resistente a estiramento excessivo ou desgaste precoce; Tem as ferragens confeccionadas em metal inoxidável; Suas barrigueiras ou cilhas têm espessuras e acabamento que evita assaduras nos cavalos).
A altura e inclinação também variam bastante. Se for muito inclinada, deslocará o assento para traz, se for alta e pouco inclinada ocasionará desconforto no coques. O ideal é altura e inclinação moderada.
Assento:
O assento da sela deve tender ao dianteiro, ser fundo e confortável, o correto é o peso do cavaleiro ser direcionado para a região dorsal, para não pressionar o lombo, onde estão localizados os rins, órgãos muito sensíveis.
Suador:
Parte inferior da sela, que apoia sobre o suador externo. O suador tem um enchimento que atua como amortecedor, podendo ser de capim, lã ou poliéster. Sem esta proteção, os atritos diretos resultam em pisaduras, que são lesões abertas que se desenvolvem ao longo da Cernelha, Dorso e/ou Lombo, sendo de difícil cicatrização. Se o cavalo é volumoso em sua região torácica, exigirá uma sela de suador mais aberto, no caso inverso, exigirá uma sela de suador mais fechado. A sela deve ser bem posicionada para não limitar os movimentos das espáduas (a partir do meio da Cernelha).
Armação:
É a estrutura da sela, podendo ser de ferro (torna a sela mais pesada), de aço, de madeira (peso moderado), ou de fibra (torna a sela mais leve).
Estribos: Servem de apoio para os pés, evitando que estes balancem com os deslocamentos do cavalo. A forma dos estribos varia, sendo ideais os estribos em forma de sino, porque não prendem os pés com a facilidade dos estribos redondos, o que seria perigoso no caso de quedas proporciona melhor apoio, principalmente se a base é larga e revestida em borracha. Uma base larga é necessária nos estribos de selas para Enduro, atividade onde há mais chances do cavaleiro perder o apoio nos estribos. Um tipo especial de estribo é o "salva-vidas", de base móvel. O material que se utiliza para a fabricação dos estribos pode ser o aço inoxidável, metal, ferro, ou alumínio.
Loros:
São as peças de couro que sustentam os estribos, sendo presos na armação da sela através de argolas.
Barrigueira e Cilha:
A barrigueira é uma peça que passa pela barriga do cavalo, tendo a finalidade de ajustar a sela. A cilha é uma peça mais estreita, que passa pela região do Cilhadouro, logo atrás do Codilho.(Saliênciada na articulação na parte superior da pata do cavalo; fig a direita).