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segunda-feira, 25 de março de 2013

Morfologia: A chave da funcionalidade - ABCCMM



Muitas vezes, aos olhos do criador iniciante ou do proprietário de um cavalo, as chamadas provas de Morfologia, (quando o cavalo é puxado a passo, parado e na marcha, para análise dos Juízes de Pista), tratam apenas de qualificar o cavalo do ponto de vista da sua beleza aparente.

Os que já têm um pouco mais de tempo na atividade já conseguem entender que os Juízes de morfologia, qualificadores do exemplar no “Stud Book” da raça, quando observam e julgam um animal, falam de outro tipo de beleza, a chamada conformação zootécnica. Essa é focada essencialmente na funcionalidade decorrente de aprumos, linhas, ângulos, estrutura óssea, muscular – sempre analisadas do ponto de vista do padrão racial.

Entender para que servem esses julgamentos pode ser útil para o criador iniciante não perder tempo e recursos em investimentos equivocados, e para o proprietário de um animal de lazer, de sela, para si ou para a família, é fundamental na avaliação do animal a ser adquirido, por sua relação com o conforto para o cavaleiro e regularidade do andamento.

Ao analisar um equino seria bom se pudéssemos imaginar que os vemos com uma visão de raios-X, capaz de observar por baixo da pele dele, seus músculos e ossos, suas articulações e alavancas, nos ensina o árbitro nacional da ABCCMM, José Ferraz. Aliás, este artigo é baseado no conteúdo do Curso de Marcha ministrado por ele, que ajudou a produzir do DVD sobre padrão racial do cavalo Manga-larga Marchador. As imagens tiveram sua divulgação autorizada pela Associação em 2010.

Ao observarmos as linhas de aprumos, traçamos imaginariamente uma primeira linha que nasce da articulação da ponta da espádua e morre 10 cm a frente da pinça do casco.

Uma segunda linha nasce no centro da estrutura da espádua e morre “cortando o caso” no centro. A terceira linha parte do centro da articulação úmero-radial (ponta do codilho) e desce morrendo atrás do talão do casco.
Quando olhamos o cavalo de  lado e estas linhas não estão nos locais definidos, e temos a visão da mão “atrasada” para dentro da massa corporal, o cavalo é chamado de “sobre-si”. Quando as mãos estão adiantadas quando em repouso, o cavalo está acampado. Os dois defeitos tem relação direta com o resultado da marcha do animal. Essas características são genéticas e é grande a probabilidade delas serem transmitidas para a cria.
 Um animal com estas características pode inclusive marchar bem, por compensações que ele desenvolve, mas não é recomendável sua utilização para fins de reprodução.

Diferentes fatores concorrem para o resultado da qualidade da marcha apresentada pelo animal. A morfologia em primeiro lugar, os tipos de embocaduras utilizadas porque elas alteram a colocação da cabeça e a flexão da musculatura da nuca e pescoço, o nível de equitação do cavaleiro, a alimentação desde os primeiros anos e o comportamento do animal.

Os aspectos decorrentes da morfologia são fundamentais porque eles têm relação direta com o apoio e equilíbrio do animal em movimento. Falamos do contato casco-solo e da sua manutenção total ou parcial.

Ao tratar de apoio podemos resumir, grosso modo, que existem dois tipos com as suas gradações. O apoio pode ser diagonal, quando bípedes diagonais tocam o solo ao mesmo tempo. É uma posição natural no andamento dos equinos e dá a eles equilíbrio no movimento.

O outro tipo é o apoio lateral (posição de desequilíbrio) quando bípedes laterais tocam o solo do mesmo lado ao mesmo tempo. Do ponto de vista de desempenho devem-se evitar animais com apoio lateral pronunciado.

O chamado tríplice apoio ocorre no andamento marchado quando um casco está suspenso e três tocam o solo.

Os andamentos a passo e marcha são os únicos em que ocorrem oito possibilidades de apoio alternadamente.

Justamente a distribuição do tempo de apoio e a quantidade de tempo em cada apoio determina a diferença de um tipo de andamento para outro. O tempo em que o cavalo em movimento permanece em cada uma das possibilidades de apoio dá o chamado diagrama do andamento.

Voltando à importância da morfologia para avaliar a funcionalidade do animal, a posição do conjunto de frente define o tipo de andamento e tempo de apoio.

A qualidade da movimentação dos membros depende das alavancas e articulações

O movimento marchado pode ser “fotografado” em três fases:

Elevação (flexão) – extensão (apoio) e avanço (projeção ou voo).

É importante observar na extensão se o cavalo bate primeiro a pinça – amortecendo o impacto sobre a quartela e na sequência ele parte para nova alavanca. (Isso define a qualidade do gesto de marcha, seu rendimento e está subordinada a conformação, angulações, apoios, compensações). A boa angulação de espádua e sua articulação com o braço amortecem o impacto sobre as quartelas.

E é objeto da análise para classificar os diferentes tipos de andamento.

Quando a distribuição do tempo na passada completa é harmonizada entre os quatro membros, identificamos o avanço diagonalizado (marcha batida) ou lateralizado (marcha picada) Os avanços da marcha e a passo são sempre diagonalizados.

No avanço diagonal característico pode acontecer o apoio simultâneo, isto é, quando o cavalo tira ao mesmo tempo dois membros (anterior direito X posterior esquerdo). Isso gera um único som. O cavalo marchador se diferencia neste ponto. Não ocorre o sincronismo exato e ele tira uma das mãos antes do pé. Ocorre a dissociação que é o oposto do simultâneo mencionado anteriormente. Os dois membros tocam o solo em momentos distintos, gerando dois sons. É no andamento marchado que atua a dissociação, quase imperceptível ao olho nu menos treinado, mas claramente identifico por um ouvido atento que capta os sons dos cascos em contato mais constante com o solo.

Por causa da dissociação o tríplice apoio ocorre proporcionando maior conforto ao cavaleiro. Nos cavalos manga-larga marchador, os andamentos tendem do andadura (totalmente lateralizado) que é um adamento balançante e desclassificatório em provas de marcha seguindo em direção aos lateralizados para tríplice apoio (marcha picada- em provas específicas) passando por uma marcha de centro (cavalo tem um tempo maior no apoio lateral do que no diagonal) evoluindo para o tríplice apoio mais tempo diagonalizado que é a marcha batida

O diagonal simultâneo caracteriza o que se chama de andamento saltado ou trote que levam o nome de andamento saltado porque ocorrem momentos de suspensão total do eixo corpóreo do cavalo.

Assim resumindo, e até porque o cavalo marchador é antes de tudo um cavalo, são naturais o passo, a marcha (batida ou picada), a andadura tidos como andamentos marchados e os andamentos saltados, o trote e o galope.
O passo é o andamento simétrico a baixa velocidade com apoio alternado dípedes laterais e diagonais intercalado pelo tríplice apoio. Pela baixa velocidade identificamos esses intervalos a olho nu, dos quatro tempos = 4 sons dissociados. Reforço que é a dissociação que permite a ocorrência do tríplice apoio e do lateral.  Por isso nas provas de morfologia os árbitros solicitam que os cavalos sejam puxados a passo, momento em que se avalia a simetria do andamento marchado, equilíbrio, qualidade dos aprumos.

Quais são então as características ideais avaliadas?

-A regularidade,

-A elasticidade do movimento,

-A ocorrência da sobre pegada (quando o posterior cobre a pegada do anterior)

-O equilíbrio,

- O avanço diagonal com maior tempo,

-A suave báscula do pescoço

-A flexibilidade das articulações (anterior fazendo semicírculo)

Esses indicadores quando bem definidos a passo e puxado se manifestam com toda sua funcionalidade quando o cavalo montado é colocado na velocidade de marcha, quando em maior velocidade diminui a dissociação.

A marcha então é simétrica, (pode-se fazer um perfeito diagrama do avanço completo dos quatro membros), com a alternância de bípedes diagonais e laterais, intercalado com tríplice apoio. Quando montados, na prova de marcha são avaliados também o gesto de marcha, a comodidade e o comportamento, estilo, rendimento, a regularidade, passadas amplas e elásticas, ação firme do posterior engajado empurrando a massa, a cabeça bem colocada.

A seguir, a título de ilustração, algumas das principais características morfológicas do Manga-larga Marchador:

Cabeça Triangular e Perfil Retilíneo - Olh  os projetados e lateralizados

Pescoço Piramidal - Cernelha pronunciada


Espádua com boa amplitude e angulação - Braço bem definido e angulado
Linha de Dorso reta


Garupa Plana -  Jarretes descarnados
Ossos fortes e bem articulados



Fonte:José Luiz Jorge
José Luiz Jorge é horseman, Instrutor filiado ao CHA- Nivel 4, proprietário do Rancho São Miguel e autor do Livro Conversando sobre Cavalos.

Raças Equinas


 É sem dúvida, difícil escolher dentre as tantas raças que existem, cada uma com as suas peculiaridades, seus encantos e belezas. Mas vale ressaltar que cada cavalo, cada raça tem o seu diferencial, seu talento. Seja para velocidade, tração, sela ou simplesmente para fazer parte de nossas vidas como amigo.
 Hoje vou falar de uma raça que particularmente gosto muito, e que me impressiona e encanta dia após dia, não somente pela beleza, mas pela docilidade, nobreza e funcionalidade que tem: o Crioulo. 



 O Crioulo descende diretamente do Bérbere e do Andaluz que foram introduzidos na parte sul do continente americano pelo aventureiro espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca nos primeiro anos após o descobrimento.
 Os animais espalharam-se e começaram a procriar livremente formando grandes plantéis e trazendo essa nova linhagem para o pampa argentino. Apesar de ser um cavalo nativo da Republica Argentina, o Crioulo pode ser encontrado sobre formas ligeiramente diferentes e uma grande variedade de nomes, em todo o continente Sul Americano. No Brasil, por exemplo, é o ‘Crioulo Brasileiro’.  
 O Crioulo destaca-se hoje como um dos mais funcionais cavalos, participando de diversas provas no Brasil e no exterior.

Encilhas

Selas e Estribos

 
As primeiras selas serviram de modelo para as contemporâneas, foram feitas nos primeiros anos da era cristã por uma tribo nómada da zona do mar negro e eram feitas com armação de madeira. Agora são utilizadas tiras de madeira, mais são reforçadas com placas de metal ou então são substituídas por plástico.
 Podem ser utilizadas para quase todos os fins (Passeio, Aulas de Equitação, e Esportes Equestres no geral). Para o seu fabrico é utilizado o coro de porco e tiras de metal que estão ao comprido sobre a armação de modo a dar mais elasticidade.


 

Sela de utilidade geral (inglesa ou húngara):
Podem ser utilizadas para todos os fins (salto, corridas Cross country, caça, aulas de equitação etc.). Para o seu fabrico é utilizado o coro de porco e tiras de metal que estão ao comprido sobre a armação de modo a dar mais elasticidade.


 
Selas Western:
São selas que foram levadas para a América pelos espanhóis e que lá foram adaptadas às necessidades dos cowboys. Estas selas pesam o dobro das inglesas, mas pode ajustar-se a quase todos os cavalos sem risco de magoá-lo, são confortáveis para percursos longos e tem espaço para todos os objetos que os vaqueiros costumam trazer consigo.

Selas especiais:
São selas que são feitas com fim específico. Há selas para os saltos, que são cortadas rentes na parte dianteira e mais leves; selas para adestramento, que tem um corte no suadouro, permitindo alongar a correia dupla do estribo. Existem ainda selas para aulas, para percursos longos, para shows e para corridas (pesam cerca de 450gr).


 

Como escolher a melhor sela:
Utilização: Lazer, trabalho ou desporto?
Uma sela para passeio pode ser mais simples e leve, enquanto aos adeptos de romarias e desfiles preferem modelos mais ornamentados.
Tipo racial e conformação do cavalo:
As medidas da sela precisam corresponder à anatomia do animal. Selas grandes ou pequenas demais causam machucados e até inutilização do cavalo, além de provocarem nele atitude rebelde, podendo fazê-lo empinar ou corcovear.
Altura e medidas do cavaleiro:
Os bons fabricantes oferecem medidas de selas adequadas para crianças e adultos; também há variações de acordo com o peso e as medidas do usuário. Conforto e segurança são essenciais para poder cavalgar com segurança. oas Selas:
"Seus suadouros se apoiam uniformemente na musculatura dorsal do cavalo; Os estribos são fixados numa posição que possibilita a boa colocação de perna do cavaleiro, na vertical como se ele estivesse de pé com as pernas ligeiramente flexionadas; Tem os loros feitos de uma tira de couro forte e inteiriça, sem ser emendada por costuras; É feita de couro resistente a estiramento excessivo ou desgaste precoce; Tem as ferragens confeccionadas em metal inoxidável; Suas barrigueiras ou cilhas têm espessuras e acabamento que evita assaduras nos cavalos).
A altura e inclinação também variam bastante. Se for muito inclinada, deslocará o assento para traz, se for alta e pouco inclinada ocasionará desconforto no coques. O ideal é altura e inclinação moderada.
Assento:
O assento da sela deve tender ao dianteiro, ser fundo e confortável, o correto é o peso do cavaleiro ser direcionado para a região dorsal, para não pressionar o lombo, onde estão localizados os rins, órgãos muito sensíveis.
Suador:
Parte inferior da sela, que apoia sobre o suador externo. O suador tem um enchimento que atua como amortecedor, podendo ser de capim, lã ou poliéster. Sem esta proteção, os atritos diretos resultam em pisaduras, que são lesões abertas que se desenvolvem ao longo da Cernelha, Dorso e/ou Lombo, sendo de difícil cicatrização. Se o cavalo é volumoso em sua região torácica, exigirá uma sela de suador mais aberto, no caso inverso, exigirá uma sela de suador mais fechado. A sela deve ser bem posicionada para não limitar os movimentos das espáduas (a partir do meio da Cernelha).
Armação:
É a estrutura da sela, podendo ser de ferro (torna a sela mais pesada), de aço, de madeira (peso moderado), ou de fibra (torna a sela mais leve).
Estribos: Servem de apoio para os pés, evitando que estes balancem com os deslocamentos do cavalo. A forma dos estribos varia, sendo ideais os estribos em forma de sino, porque não prendem os pés com a facilidade dos estribos redondos, o que seria perigoso no caso de quedas proporciona melhor apoio, principalmente se a base é larga e revestida em borracha. Uma base larga é necessária nos estribos de selas para Enduro, atividade onde há mais chances do cavaleiro perder o apoio nos estribos. Um tipo especial de estribo é o "salva-vidas", de base móvel. O material que se utiliza para a fabricação dos estribos pode ser o aço inoxidável, metal, ferro, ou alumínio.
Loros:
São as peças de couro que sustentam os estribos, sendo presos na armação da sela através de argolas.
Barrigueira e Cilha:
A barrigueira é uma peça que passa pela barriga do cavalo, tendo a finalidade de ajustar a sela. A cilha é uma peça mais estreita, que passa pela região do Cilhadouro, logo atrás do Codilho.(Saliênciada na articulação na parte superior da pata do cavalo; fig a direita).




 

sexta-feira, 15 de março de 2013

O Temperamento dos Equinos

Temperamento dos equinos - o diferencial que pode fazer um campeão!!)

O temperamento de cavalo é sinônimo de índole, sendo reflexos do seu comportamento.

Os animais da Raça Manga-larga Machador, possuem um temperamento nato, tendo como exceção os animais oriundos da linhagem de sangue Árabe. O temperamento inquieto nem sempre pode ser considerado como má índole. Raramente esta característica é usada como objetivo de seleção dos animais. A principal dificuldade de selecionar animais devido ao seu temperamento é por essa característica possuir base genética parcial, pois é muito afetado pelo manejo desses animais. Dependendo do manejo sofrido no passado, muitos potros (as) podem torna-se cavalos e éguas de má índole. (ANDRADE, Lúcio Sergio de).


A pratica da violência ainda é muito comum no manejo de determinados haras. Não se pode descartar que esses potros (as) herdam temperamento inquieto, ou simplesmente imitaram atitudes de mau comportamento de suas mães, durante o período de amamentação, tornem-se cavalos e éguas de boa índole, quando recebem um treinamento adequado.

Existem outras situações que podem afetar o temperamento: Fisiologicamente, a deficiência de visão deixa o cavalo inquieto, nervoso; os olhos pequenos limitam o campo da visão; um ferimento na boca, pela ação violenta das embocaduras, podem alterar o temperamento; um ferimento nas orelhas, devido ao uso incorreto da tesoura na hora da aparação dos pelos, torna o animal medroso diante do treinador, entre outros. 1
Pode ocorrer variação de temperamento vindo de origem psicológica, que ocorrente é a do estado de excitação, que se manifesta quando a há reservas de energias ou quando esta em um ambiente novo. Esses animais quando neste estado de excitação apresentam algumas reações típicas: cabeça elevada, narinas ofegantes, orelhas moveis, olhar brilhante, cauda erguida (em forma de arco), membros elevados.
Não se deve confundir alegria (reação emotiva) com excitação, medo e curiosidade também são reações emotivas que podem sim, afetar o temperamento.
A situação que mais afeta o temperamento dos animais é o confinamento. Podemos identificar quando os animais apresentam reações de inquietude, observando quando este animal começa a andar de um lado para o outro; morder cochos, janelas e portas; morder pessoas; raspar os cascos no piso; escoicear; coprofagia (), aerofagia (), geofagia (). Normalmente isso pode ser resolvido soltando o cavalo em um piquete amplo, para que ele possa correr, brincar e liberar toda a energia acumulado, e voltar ao seu comportamento normal.

A má índole é o auge (grau máximo) do mau temperamento, ou temperamento nervoso, caracterizando-se pelo ato de morder, escoicear juntamente a inquietude permanente. O grau intermediário do mau temperamento é apenas a inquietude que pode sem identificada, pelo ato de negar o cabresto; negar estribo; sapatear; “passo travado”.

O famoso “temperamento de sela” é quando o cavalo é ativo, brioso, disposição espontânea para marchar, de respostas prontas aos comandos da equitação, ou seja, possui um bom “temperamento de sela”. Este é o grande diferencial quando se fala em um CAMPEÃO.

Normalmente cavalos briosos são cavalos corajosos, de muita resistência, que não se entregam facilmente. O oposto de um cavalo de bom “temperamento de sela” é o cavalo linfático, sem calor, de “costados frios”, exigindo ação forte e continua dos comandos principais e auxiliares da equitação, esses cavalos linfáticos geralmente não possuem boa treinabilidade.

O bom temperamento deve ser qualidade muito apreciada no processo seletivo de cavalos Marga larga Marchador, já que sua principal função é a de passeios e cavalgadas. Por erem montados por varias pessoas que não possuem conhecimento de equitação que esses animais precisam ter bom temperamento e de boa comodidade.

É através do manejo, que os treinadores focalizaram suas atividades, aproveitando o temperamento desses animais, para que venha a ocorrer um treinamento e um adestramento adequado para as competições. O bom convívio em tratadores, treinadores e cavalos somente é possível através do bom temperamento mutuo.
A amizade é aliada imprescindível do bom temperamento.” Lúcio Sergio de Andrade)

Fonte: Empório News (publicado no dia 07 de agosto de 2010).

quinta-feira, 14 de março de 2013

OS ANIMAIS PEDEM SOCORRO!!

Infelizmente ainda temos o desprazer e a tristeza de presenciar cenas como esta em nossas cidades. Pessoas maldosas que escravizam seu animais, os maltratam mesmo dependendo de seu trabalho, de sua ajuda e força.
 O ser humano é mesmo muito estúpido, mesquinho e mal agradecido né?! Deus nessas horas deve se perguntar por que concedeu a essa "espécie" tamanha onipotência e soberba para achar que pode tratar um animal com tamanha brutalidade! As vezes me pergunto se a humanidade ainda tem solução, se o homem ainda é digno... Sinceramente não acredito!
 E não falo apenas dos cavalos que aqui são meu foco principal, mas de todos os animais. Diz um velho ditado: "A grandiosidade de uma nação se mede pela forma com que tratam seus animais!!!"
 E neste quesito, deixamos muito a desejar! Confesso que faço o que posso, e muitas vezes acho que poderia ter feito mais... Mas os maus tratos aos animais ainda são vistos como "corriqueiros" pelas nossas autoridades, um verdadeiro absurdo! Felizmente temos boas pessoas, dedicadas ao combate à situações como esta.
 Não costumo abordar este tipo de assunto aqui, mas não posso deixar de demonstrar minha profunda indgnação, tristeza e raiva (sim raiva!). Não tenho mais pena da raça humana, não me compadeço com este ser bestial! Que mesmo sabendo que está destruindo tudo, não tem inteligência e humildade suficiente para parar!!! A burrice fala mais alto.... :(

VAMOS DIVULGAR PARA COLOCAR UM FIM NISTO, NÃO PODEMOS NOS CALAR DIANTE DE CENAS COMO ESTA!!!!!!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Amizade entre Cães e Cavalos

A amizade entre diferentes espécies de animais existe sim, é é mais comum do que se imagina. Abaixo um exemplo mega fofo desse carinho!! Pra descontrair um pouco ....








Pelagens Equinas

Bom dia pessoal, depois de alguns dias sem postar hoje vou abordar um tema que deixa muita gente confusa. A Pelagem dos Cavalos.
 São tantos tons e nuances que realmente fica dificil falar com precisão. Justamente por este motivo, vou explicar abaixo como se dividem as pelagens.


Pouco se conhece sobre o modo de herança dos genes envolvidos com as pelagens e existem muitas divergências entre autores.
A espécie eqüina apresenta grande variedade de pelagens, que são determinadas por vários pares de genes proporcionando uma infinidade de combinações gênicas.
No Brasil são usadas várias nomeclaturas para definir as pelagens, isso se da por regionalismo causando alguma confusão.
Existem diversas teorias sobre a forma de transmissão dos genes envolvidos com as pelagens dos eqüinos. A mais estudada é a da escola americana de Castle, que propõe um abecedário para designar esses genes.
No ABC da genética das pelagens dos eqüinos, alguns genes, tem ação bem conhecida, mas, muitos são desconhecidos ou sem comprovação.
Genes da série C (Color)
Vamos mencionar a letra (C) em primeiro lugar devido a sua importância. Nesta série tem-se o alelo dominante (C) e o recessivo (c). O (C) é responsável pela produção do pigmento melânico, pois permite que a reação bioquímica, descrita a seguir, aconteça em todas as suas etapas.
Tirosina + Dopa tirosinase + cobre Melanóide + Proteína = MELANINA
Na presença do alelo recessivo e, na forma homozigota (cc) o animal é incapaz de formar o pigmento denominado MELANINA, por uma deficiência da enzima tirosinase. A reação descrita não se completa. Esses animais são chamados de ALBINOS e possuem pelos brancos, pele e olhos róseos, pois o sangue é visualizado por transparência. O verdadeiro albino é observado nos coelhos e ratos. Na espécie eqüina nunca foi descrito nenhum animal com deficiência total de pigmento melânico. Na verdade os cavalos conhecidos como albinos possuem na verdade deficiência de produção de melanina e não ausência total.

(CAVALO ALBINO)
Genes da serie B (Black)
Os alelos desta série, (B e b), são responsáveis pela cor do pigmento produzido. O (B), dominante, quando acontece no genótipo nas formas homozigotas (BB) e heterozigota (Bb), determina que o pigmento produzido seja preto. Seu alelo recessivo em homozigose (bb) leva a produção do pigmento vermelho. Com esse conhecimento será possível definir os genótipos das pelagens preta e alazã.

(CAVALO PRETO)
Pelagem Preta CCBB x CCBb = 25% BB Preto, 50% Bb Preto e 25% bb Alazã
(CAVALO ALAZÃO)
Pelagem Alazão CCbb x CCbb = 100% Alazã
Genes da serie A (Aguti)
Os alelos desta série são responsáveis pela produção da FEOMELANINA, que determina clareamento da pelagem em áreas especificas. Desta forma, se o animal estiver produzindo pigmento preto (B) e o gene para feomelanina estiver presente no genótipo, determinadas áreas da pelagem serão de coloração vermelha e se o pigmento produzido for vermelho (bb) a presença da feomelanina tomará áreas especificas de tonalidade amarelada.
Na serie (A) deve-se considerar, em ordem de dominância, os alelos relacionados a seguir:
(A +, A, a + a) Determina clareamento que fica restrito as áreas da cabeça, flancos e focinhos.
(B_A+) Na presença de (B), alelo responsável pela produção do pigmento preto, o (A) determina a pelagem conhecida como castanho pinhão. O animal terá produção do pigmento preto com clareamento (tonalidade avermelhada) na cabeça, flancos e axilas.
(BbA+) Pelagem vermelha com áreas amareladas na cabeça, flanco e axilas.
(A) Clareamento de toda a cabeça, pescoço e tronco.
(B_A) Pelagem castanha. O animal terá crina, cauda e membros pretos demonstrando a presença do (B_) no genótipo. O alelo (A) provoca clareamento da pelagem na cabeça, pescoço e tronco tomando o pigmento de tonalidade avermelhada.

(CAVALO CASTANHO)
B_A_bb Pelagem Castanha
(bbA_) Pelagem alazã sobre baia. Com esse genótipo o animal vai se apresentar com crina, cauda e membros vermelhos, pois o pigmento produzido será o vermelho (alelo b em homozigose), mas a presença do (A) no genótipo provoca clareamento nas regiões da cabeça, pescoço e tronco, tornando a pelagem dessas regiões de tonalidade amarelada.
Genes da Série D (Dilution)
A ação do alelo dominante (D), desta série é provocar diluição na tonalidade da pelagem, agindo na intensidade de produção e distribuição do pigmento produzido. Assim, animais que possuem esse alelo na forma dominante (D) terão menor produção de pigmento melânico. Seu efeito é somativo, ou seja, na forma dominante homozigota (DD) haverá menor produção de pigmento que na forma dominante heterozigota (Dd).

(CAVALO BAIO)
A_B_DD Pelagem Baia

(CAVALO BAIO AMARILHO)
A_bbDd

(CAVALO LOBUNO)
aaB_D

Genes da Série E_ (Extension)
(E e ED) O alelo (E) é um fator de extensão e determina que o pigmento produzido seja uniformemente distribuído em toda extensão do corpo. Sua ação é antagônica ao alelo (A), pois este determina clareamento em regiões especificas e aquele, que o animal seja uniformemente pigmentado. Portanto o (E) é hipostático sobre o (A), ou seja, na presença de (A) ele não se manifesta no fenótipo do animal. O eqüino poderá ser portador do (E) e conseqüentemente transmiti-lo a prole, mas não saberemos identificar a presença desse alelo no seu genótipo pela observação de sua pelagem
O alelo recessivo (e) restringe a distribuição do pigmento na cabeça. Nas demais regiões do corpo, alguns pigmentos pretos tornam-se vermelhos e os vermelhos passam a ter tonalidades amareladas.
O alelo (ED) é um mutante da série (E). Sua ação é produzir muito pigmento que será uniformemente distribuído por toda extensão do corpo. Tem efeito epistático sobre (A), ou seja, na sua presença o (A) não se manifesta. Assim o acasalamento de animais de pelagem preta comum, oriundos do genótipo (aaB_E_) poderá ocorrer nascimentos de potros de pelagem preta ou alazã. No entanto, quando os reprodutores pretos forem portadores do alelo (ED) (Preta Azeviche), pode-se esperar desse acasalamento a ocorrência também da pelagem castanha. O preto (B ED) poderá carrear o alelo (A) sem que este se manifeste no fenótipo. Os portadores do (E) possuem intensa pigmentação na pelagem e seu efeito traz como conseqüência variedades:
(CAVALO ALAZÃO TOSTADO)
(BbaaE) Alazã Tostada ou (BbA_E) Alazã Tostada
Genes da Série G (Gray)
O alelo dominante da série (G) é responsável pela pelagem tordilha. Quando acontece na forma homozigota (GG) ou heterozigota (Gg) em qualquer dos genótipos, o animal nascerá com a pelagem determinada por esse genótipo e terá aparecimento gradativo de pêlos brancos até se tornarem completamente brancos.

(FOTO DE UM CAVALO TORDILHO)
A ação do (G) é impedir que o pigmento produzido pelo melanócito (célula produtora de melanina) seja distribuído para o pêlo.esse pigmento se acumulará dentro da célula e migrará para as extremidades do corpo. Em conseqüência desse acumulo gradativo de pigmento nas células das extremidades, alguns autores sugerem que o gene da pelagem tordilha (G) predisponha a uma patologia denominada “MELANOSE”. Essa suspeita, entretanto, ainda não teve comprovação cientifica.
Outra particularidade desse alelo é seu efeito somativo, ou seja, sua forma homozigota (GG), o clareamento da pelagem será mais rápido que na forma heterozigota (Gg). É importante ressaltar também que o (G) é um gene epistático sobre todos os outros, ou seja, somente vai se manifestar no fenótipo quando estiver presente no genótipo, levando a um clareamento gradativo da pelagem e nunca será mascarado por um outro gene. Então, um animal para ser tordilho terá, obrigatoriamente, um de seus pais também tordilho.
Na seleção para a pelagem tordilha é fundamental considerar os seguintes aspectos:
O animal com o genótipo (GG) clareará mais rapidamente que o de genótipo (Gg).
Do acasalamento de dois reprodutores tordilhos com clareamento rápido, tem-se 100% da progênie também da pelagem tordilha.
GG x GG = s 100% Tordilhos
Do acasalamento de dois reprodutores tordilhos de clareamento lento, 75% dos potros nascerão de pelagem tordilha.
Gg x Gg = 25% (GG%) Tordilhos, 50% (Gg) Tordilhos e (gg) 25% outra pelagem.
Do acasalamento de um animal tordilho de clareamento rápido com outro de qualquer outra pelagem, 100% dos produtos serão de pelagem tordilho de clareamento lento.
(GG x gg) 100% (Gg) Tordilho
Do acasalamento de um animal tordilho de clareamento lento com outro de qualquer outra pelagem, 50% dos potros serão também de pelagem tordilha.
Gg x gg = 50% Tordilho e 50% de outra pelagem
Por seu efeito epistático, sempre que o alelo (G) estiver presente no genótipo, o animal será de pelagem tordilha e, portanto, um eqüino de pelagem tordilha terá, obrigatoriamente, um de seus pais também de pelagem tordilha.
Genes da Série M (Markings)
Aralelos (M) e (m) são os genes responsáveis pelo aparecimento das particularidades das pelagens (calçamentos, estrela, cordão, etc) tem sido amplamente estudados e os autores divergem quanto à letra a ser utilizada para a sua designação.
O gene para particularidades de pelagem (calçamento e particularidades de cabeça) é recessivo (mm).
Na seleção para animais sem particularidades, seria necessário eliminar todos os animais que apresentassem particularidades.
(mm) x (mm) = 100% mm
Na seleção para animais sem particularidades, seria necessária a eliminação de todos os reprodutores, machos e fêmeas, que tivessem filhos com particularidades.
(Mm) x (Mm) = 25% MM (Sem particularidades), 50% Mn (sem particularidades) e 25% mm (com particularidades)
Sempre que o animal tiver particularidades nos membros terá também algum sinal na cabeça, pois existe associação entre calçamento e algumas particularidades de cabeça.
Sempre que o animal tiver particularidades nos membros terá também algum sinal. Parece haver sinais de cabeça com herança independente da dos membros.
Tamanho e forma das particularidades de membros e cabeça são ocasionados por genes modificadores independentes.
Genes da Série R (Roan)
(R) e (r) o alelo dominante desta série (R) é responsável pela pelagem rosilha. Este gene, atuando sobre a cor base (qualquer outra pelagem), determina que o animal apresente interpolação de pêlos brancos e pêlos pigmentados disseminados pelo corpo, sem caráter invasivo nem evolutivo. A proporção de pêlos brancos é maior no pescoço e tronco que na cabeça e extremidades dos membros, os quais se destacam por uma tonalidade mais escura.
(FOTOS DE UM ANIMAL ROSILHO)
O portador do alelo (R) diferencia-se daqueles que tem o (G), pois sua ação faz com que o potro, já ao nascimento, apresente interpolação de pêlos brancos no pescoço e tronco. Na pelagem tordilha, o branqueamento é progressivo e a interpolação de pêlos brancos ocorre em toda a extensão do corpo, inclusive na cabeça. Podem haver casos de potros que nascem Rosilhos e apresentam um branqueamento gradativo. Essa situação acontece quando, alem do (R), ocorre também o (G) epistático no genótipo do animal.
A expressão desse gene ainda não está totalmente esclarecida, existindo, por exemplo, informações contraditórias sobre seu efeito letal embrionário, quando em homozigose dominante (Caldeiras & Portas, 1999) e sobre sua condição de epistasia, pois (Bowling, 1997) citou que o animal Rosilho não terá necessariamente de ter um dos pais também de pelagem Rosilha.
Genes da Série W (White) - (W) e (w)
O (W) dominante é responsável pela pelagem branca. Tem características de epistasia, ou seja, mascara o efeito de todos os outros genes que já foram mencionados. Seu alelo recessivo (w) permite a manifestação do restante do genótipo. Os cavalos brancos ocasionados pelo alelo (W) apresentam pêlos brancos, olhos azulados, castanhos ou amarelados e apenas algumas áreas do corpo pigmentadas. Esses indivíduos são sempre heterozigotos (Ww). Os fetos portadores do genótipo (WW) são reabsorvidos ou abortados. Essa combinação genética leva a deficiência de assimilação do cobre e o feto morre de anemia, em conseqüência da importante função desse mineral na formação da hemoglobina.
Ww x Ww = 25% Morte Embrionária, 50% Brancos e 25% Outra Pelagem
Existem também outra séries de genes como o (LP – Leopard) encontrado em cavalos Apalloosa, genes da série (O – Overo) responsável pelo aparecimento de malhas brancas na pelagem, genes da série (P – Paint) também conhecido como Tobiano onde os animais apresentam malhas brancas despigmentadas.
Desta forma, é de grande importância que os criadores e técnicos tenham um certo conhecimento sobre a genética das pelagens, podendo assim, direcionar sua criação visando na medida do possível a pelagem favorita.
Bibliografia:
JONES, William E, Genética e Criação de Cavalos: SP. Roca, 1987