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terça-feira, 9 de abril de 2013

A importância de uma boa cama para o cavalo

Espaço adequado para melhor descanso influencia diretamente na saúde

Alguns criadores duvidam da importância de dedicar cuidados ao tipo de superfície à qual o seu animal é submetido nas baias e estábulos. É uma postura errônea e que pode prejudicar e muito a vida do equino. "Cavalos se deitam para descansar e, às vezes, até por várias horas", lembra Silvio Piotto, médico veterinário do Hospital de Jockey, de São Paulo. "Portanto, as camas se tornaram um elemento tão fundamental quanto à própria alimentação, exigindo, assim, atenção e cuidado diários", diz ele.
A modernidade trouxe ao cavalo algumas mudanças de hábitos no seu cotidiano, entre elas, a permanência por horas em baias. Animais de esporte profissional, por exemplo, passam praticamente o dia todo fechados em estábulos.
Uma cama suja ou mal cuidada pode facilitar o aparecimento de doenças e danos aos cascos, além de problemas respiratórios, pela forte presença de amônia, (composto presente na urina) principalmente quando a urina não é bem drenada ou limpa. "Para se ter uma boa cama, independente do material usado, o segredo é a limpeza, conservação e reposição. O custo deve ser levado em conta, assim como a capacidade dos fornecedores de manterem uma entrega regular", lembra o veterinário.
Esses males também podem ter origem em camas de capim, feno ou palhas em geral, que carregam partículas. A maravalha limpa, sem cheiro de amônia e regada com água duas vezes ao dia, para conter a poeira, é a melhor alternativa para animais com esse tipo de doença.
Muitas vezes, a ansiedade leva o animal a querer comer qualquer que seja o tipo de cama em que ele viva. Esse é um vício comum, uma vez que, na natureza, os equinos passam o dia se alimentado nos pastos, enquanto, no estábulo, recebem rações em quantidades menores, de duas a três vezes por dia. Para evitar esse tipo de problema, Piotto explica que o melhor a fazer é distribuir a alimentação do animal muitas vezes por dia, a alimentação, colocar um saco de corda com feno para que o cavalo distraia-se "beliscando" aos poucos. Caso nenhuma dessas ações resolva o problema, a solução pode ser o uso de focinheira ou pescoceira.

Os tipos
Há uma quantidade enorme de materiais que são usados como cama em estábulos, de diferentes custos e disponibilidade de material, dependendo da região do criador. A escolha, no entanto, não deve ser baseada na atividade que o animal desenvolve, mas sim nas vantagens para filosofia de trabalho do local, a disponibilidade regional, os custos e a qualidade.
Os materiais mais comuns são: areia, serragem, pavimentos sintéticos, preparado de serragem, a própria serragem, bagaço de cana, palha de arroz, jornal, cânhamo e maravalha. Leia, a seguir, algumas das características de cada um deles:

Areia
Pode ser comparada pela facilidade de uso com a serragem, pois, pode ser lavada e reutilizada. Além de preservar de forma saudável o casco dos cavalos, também não produz tanta amônia. É muito usada no Nordeste, mas, nem sempre, é a mais recomendada, uma vez que, em várias regiões, sua origem sejam os bancos de areia naturais. "Porém em alguns lugares é o único meio eficiente de se fazer uma cama para cavalos", diz Piotto.

Serragem
Acompanhada de outros tipos, é um dos materiais mais usados nas baias de jockeys e hípicas. Sua base é a madeira, geralmente branca e de reflorestamento, como o Pinus e seu uso já tornou-se comum, pois, exerce papel de cama com qualidade. De fácil limpeza, conservação e reposição, traz as desvantagens de ter poucos fornecedores em algumas regiões. Isso porque o material vem das serrarias e depende da produção dessas indústrias. Outro ponto negativo, segundo o veterinário, é o preço do produto, que tem aumentado a cada ano.





Preparado de serragem

Esse compactado de serragem está à venda no mercado agrícola em pequenos fardos. O formato em que é embalado é vantajoso, tornando o armazenamento mais econômico. Quando aberto, se torna um material de qualidade aproximada ao da serragem. Seu uso, no entanto, ainda não é tão difundido, por conta dos custos, principalmente se comparado aos gastos com a serragem a granel.







Pavimentos sintéticos

Muito comum nos Estados Unidos, principalmente nos regimentos de polícia montada, na forma de placas de borracha, esse é um tipo de material que só há pouco tempo está presente nos estábulos brasileiros. Pavimentos resistentes têm pouca necessidade de reposição e possuem a vantagem de serem fáceis de limpar. Porém, acumula umidade, o que causa problemas aos cascos, como dermatites de contato. Por conta disso, muitos criadores optam por colocar serragem ou outro tipo de material por cima do piso. Na opinião de Silvio Piotto, o melhor a fazer é usar a serragem direta no cimento, exceto em internamentos nos hospitais veterinários e na utilização por militares.




Bagaço de cana
Não é muito usada entre as hípicas e haras de grande porte e possui uma vantagem e uma desvantagem. O ponto positivo é que seu custo é baixo em comparação a outros materiais. Em contrapartida, sua conservação é difícil, principalmente no que se diz respeito à limpeza e à eliminação dos restos, precisando muitas vezes ser usada na compostagem da própria hípica.




Palha de arroz ou trigo
Para Silvio Piotto, a palha tem as mesmas características do bagaço de cana, com a vantagem de ser mais de fácil de limpar.










 

Cânhamo

É uma erva da família das Moráceas, frequentemente cultivada por ser uma importante fonte de fibras têxteis resistentes. Base para a fabricação de cordões e tecidos grossos, o uso do cânhamo como cama em alguns estábulos, porém, não é muito comum.








Maravalha

O seu uso já é disseminado entre as hípicas e jockeys. Assim como a serragem, são raspas de madeira e seus custos e facilidades são similares. Traz ainda como principal vantagem a fácil manutenção, não requerendo um tratador muito experiente. Sua má utilização, no entanto, causa desperdício, tornando seu uso mais caro.






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