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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Embocaduras

TIPOS DE EMBOCADURAS E MODO DE AÇÃO

O mal uso de embocaduras talvez seja a principal causa do cavalo mal educado. Basicamente, são apenas tres tipos de embocaduras, cada uma tendo uma gama enorme de modelos que variam no tipo de material e modo de ação.

                                                                        BRIDÃO
A embocadura inicial é o bridão. O modo de ação é a pressão principal sobre as comissuras labiais. Esta ação gera uma reação do cavalo, a  elevação  da cabeça, como forma de amenizar o incômodo da pressão nas comissuras labiais, uma região de sensibilidade desenvolvida. Obviamente, quanto mais discretos forem os comandos de rédeas acionando o bridão, menor será a reação de elevar a cabeça. Uma pressão complementar do bridão ocorre nas barras e sobre a lingua. 


Em raças brasileiras de cavalos de marcha o bridão vem sendo utilizado de forma errada, quanto ao tipo de rédea (o correto é a rédea direta, conhecida como rédea de abertura), a força de pressão no comando de rédeas, no excessivo tempo de uso. No Método LSA de Adestramento, o bridão é praticamente uma embocadura de transição, como forma de preparar a boca do cavalo para a introdução do freio.
De acordo com o grau de  severidade da ação, o bridão pode ser brando, moderado, severo. Quanto menos espesso o bocal, mais severa a ação. As referencias de medidas são:
Bocal até 1,0cm de espessura – severo
Bocal entre 1,0 a 2,0 cm – moderado
Bocal acima de 2,0cm – brando.


Existe uma vasta gama de modelos de bridões. Devem ser escolhidos de acordo com a finalidade de uso do cavalo. Os mais comuns são os bridões de olhal redondo, de olhal em D e em D’agulha. O material mais comumente utilizado é o aço inox, principalmente pela sua durabilidade. O ferro enferruja. O cobre é um bom material, pode ser usado em combinação com o aço inox. É uma material que estimula a salivação.Bridão modelo D Agulha, o mais recomendado para cavalos de marcha. O bridão da foto foi originalmente desenvolvido pelo renomado hipólogo Márcio de Andrade, da famosa linhagem “Passa Tempo” de equideos marchadores. Atualmente, o modelo é conhecido como Modelo LSA, após algumas pequenas alterações visando melhorar o conforto e a eficiência.
Como regra geral, visando não prolongar em demasia o tempo de uso do bridão, recomendo iniciar a doma de sela com o bridão de ação moderado, modelo de olhal em D’agulha. Este tipo de olhal dispensa o uso de borrachas protetoras e as hastes ajudam no apoio. Em alguns cavalos de boca sensível, o primeiro bridão deverá ser o de ação branda. Raramente, o primeiro bridão será o de ação severa.

                                                             

   FREIO-BRIDÃO

O freio-bridão é uma embocadura chamada de transição entre o bridão e o freio. O bocal é articulado, atuando como um bridão, pressionando as comissuras labiais. Mas as hastes são de freio, tipo alavancas. Mas o efeito alavanca não atua sobre o palato, porque o bocal não é curvo. As alavancas atuam sobre a pressão da barbela no queixo. Assim, um freio-bridão atua sobre dois pontos principais de controle – comissuras labiais e queixo.
Somente em alguns casos recomenda-se o uso do freio-bridão, na transição do bridão para o freio. Sua ação de efeitos duplos tende a melhorar a flexão da nuca. Mas em mãos brutas, esta embocadura faz estragos graves. O excesso de pressão da barbela no queixo tanto poderá “encapotar” a cabeça, como também manter a cabeça em postura inadequada de “ponteira”, não corrigindo em nada a açao elevatória do bridão. O freio sim, este exerce ação principal de baixar a cabeça do animal, ao estimular a flexão da nuca.

Freio-bridão. Notar o bocal articulado de um bridão e as hastes e barbela de um freio convenciona

                                                                         FREIO

O freio é a embocadura profissional, aquela que realmente tem condições de ajudar o treinador a explorar o máximo de potencial do cavalo funcional O freio exerce ação complexa, de efeitos múltiplos. O bocal pressiona as barras; a ponte , ou passador de língua (curva do bocal) atua no palato; a barbela atua no queixo. O segredo do uso correto do freio está no ajuste da barbela. Deve ser ajustada com a folga da largura do dedo indicador. Assim, quando as rédeas são acionadas, o bocal encosta no palato e a barbela pressiona o queixo, travando o bocal. Se a barbela estiver muito apertada, o bocal “risca” o palato, causando desconforto e até mesmo ferimento. O terceiro efeito do freio, o principal, é o chamado efeito alavanca. As rédeas puxam as hastes (pernas ou cãimbras), para travar o bocal no palato.
Saber escolher um freio é uma ciência. O modo de ação de suas partes é variável. Por exemplo, o bocal pode ser brando e as hastes severas; o bocal pode ser severo, mas as hastes são brandas. O modo de ação do freio é mais complexo do que o bridão, porque atua sobre três pontos de controle, enquanto o bridão atua basicamente sobre um único ponto de controle. Assim como o bridão, o freio também pode apresentar diferentes graus de severidade em sua ação: branda, moderada, severa. As referencias de medidas são:
Haste inferior -  até duas vezes o comprimento da haste superior – efeito alavanca varia do brando a moderado. Ao contrário, quando exceder a duas vezes o comprimento da haste superior, o efeito alavanca será severo. A inclinação ideal da haste é de 45 graus. Quando menos inclinada e mais longa, mais severo será o efeito alavanca.
Altura da ponte, ou passador de língua ( curva do bocal ) abaixo de 2,0cm – ação branda, de 2,0 a 3,5cm, ação moderada; acima de 3,5cm, ação severa.
Formato da curva do bocal – em V, tende a ser mais severo do que em forma de U. Em meia-lua é o mais brando. Na verdade, o formato que melhor se encaixa no palato é o formato em U. O correto é medir a largura e altura do palato para escolher o freio de bocal correto no encaixe.
Espessura do bocal – até 1,0cm, ação severa; entre 1,0 a 1,5cm, ação moderada; acima de 1,5cm ação branda
Espessura da barbela – quando mais fina a barbela, mais severa será a sua ação.

Para Complementar o assunto, vejamos abaixo as principais diferenças  entre o freio convencional e o bridão. Devemos ficar atentos também em quando e quando empregar um e outro sucessivamente.

                                                     
                                                A Diferença entre Freio e Bridão

A Universidade do Cavalo gostaria de comentar as diferenças entre estas duas embocaduras. Todas as pessoas que montam sabem que existem vários tipos de embocaduras que podem ser utilizadas nos cavalos. Os mais comuns são os bridões e os freios. Mas, qual a embocadura correta para um determinado tipo de cavalo? Qual a diferença entre as embocaduras mais comuns? Aqui vão algumas considerações com relação a este assunto

Os bridões são as embocaduras articuladas, ou seja, que se dividem por meio de um articulação no meio da barra (parte que vai dentro da boca do cavalo); existem bridões que possuem mais de uma articulação, para um efeito mais direto na boca do cavalo. Os bridões podem ter em suas extremidades as argolas, ou as pernas, onde são atadas as rédeas. Existe uma variação no tamanho das argolas, de acordo com a utilização desejada pelo cavaleiro. Bridões com argolas maiores tem mais efeito na boca do cavalo, pois a superfície de contato da rédea na argola passa a ser maior. Os bridões de pernas geralmente usados pelos cavalos mais novos tem a função de dar mais sensibilidade e noção de direcionamento para os cavalos através das pernas.

Os freios são embocaduras com a barra inteiriça, sem articulações. Possuem pernas e geralmente têm ação mais forte na boca do cavalo. O freio possui a barbela, que serve como um "freio de carro" auxiliando na diminuição da velocidade através de uma alavanca criada no puxar das rédeas. A barra dos freios pode ser lisa ou com o passador de língua, que é uma elevação na barra, tornando o freio mais forte.

Freios e bridões são geralmente classificados como "leves" e "pesados". Na verdade estas classificações nada têm a ver com o peso do equipamento, mas sim com a ação por ele exercida na boca do cavalo. O material "leve" é o mais grosso, e o "pesado" é o mais fino. Ambos podem ser ocos ou inteiriços. Os ocos são mais leves e os inteiriços são os mais pesados.

Vale a pena dizermos que de nada adianta utilizarmos uma embocadura leve, pesada, oca ou inteiriça se o cavaleiro ou amazona não tiver o que chamamos de "mãos boas", ou seja, mãos que não sejam nem tão bruscas nem tão leves, mas sim, na medida e com o contato exato que cada cavalo necessita. Além disso, antes de escolher a embocadura de seu cavalo, converse com seu instrutor ou com um cavaleiro mais experiente e peça auxílio na escolha. Você verá que com a embocadura certa, seu cavalo irá ter um melhor rendimento no trabalho, no passeio ou esporte. Além de tudo isso, com a embocadura correta, o risco de acidentes diminui e seu cavalo irá trabalhar com muito mais conforto. 

                                                                                                                     Fonte: Universidade do Cavalo


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